
INTRODUÇÃO
Olá a todos! Sou Pedro Teta, e gostaria de compartilhar com vocês uma reflexão sobre um artigo que foi publicado em 2007, no qual fui entrevistado como vice-ministro de Ciência e Tecnologia e presidente da Comissão Nacional das Tecnologias da Informação de Angola.
Naquela época, discuti a possibilidade e o potencial de uma mega-operadora de telecomunicações focada em serviços e aplicações em língua portuguesa. Este tema era particularmente relevante para nós em Angola, onde estávamos buscando parcerias para expandir nossa infraestrutura de telecomunicações e promover a inclusão digital.
Olhando para trás, é interessante ver como muitas das ideias e desafios que discuti naquela entrevista ainda são relevantes hoje, quase duas décadas depois. A necessidade de conteúdo e serviços em língua portuguesa, a importância da tecnologia para o desenvolvimento, e o potencial da África como um mercado em crescimento para as TICs são temas que continuam a ressoar no cenário atual.
Convido-vos a ler este artigo com uma perspectiva histórica, refletindo sobre o quanto avançamos desde então e quais desafios ainda persistem no setor de telecomunicações e tecnologia em Angola e no mundo lusófono como um todo.
Na África, em 2007, mega-operadora portuguesa faz sentido se focar serviços e aplicações.
Para Pedro Sebastião Teta, vice-ministro de Ciência e Tecnologia e presidente da Comissão Nacional das Tecnologias da Informação de Angola, uma mega-operadora de telecomunicações, baseada na oferta de serviços e aplicações na língua portuguesa, faz todo sentido comercial e operacional. Segundo ele, haveria um grande mercado a ser conquistado, principalmente, na África, onde há um potencial de oportunidades.
“Em Angola, por exemplo, estamos buscando parcerias para criar novas redes e levar infra-estrutura para todo o País, composto por 18 províncias e cerca de 15 milhões de habitantes. Hoje, o governo é o maior comprador e usuário de TI. Precisamos mudar isso rapidamente”, destacou o vice-ministro da Ciência e Tecnologia de Angola.
Questionado sobre a possível criação de uma mega-operadora de língua portuguesa, a partir da reunião de empresas coo Brasil Telecom, Oi e Portugal Telecom, Pedro Teta, que revelou conhecimento sobre o tema, foi taxativo: “Só há chances desse projeto dar certo se ele tiver como foco a necessidade de novos serviços e conteúdo, que é o futuro da oferta de telecom”.
“Se for para pensar num negócio de backbone, de oferta pura de infra-estrutura, não vislumbro sucesso, até porque a gestão desse processo não faz sentido em função da globalização da economia”, completou Pedro Teta. Em Angola, lembrou o executivo, há duas operadoras móveis em atuação – uma privada, que usa a tecnologia GSM, e uma estatal, que utiliza a tecnologia CDMA.
Hoje, o País possui cerca de 3,5 milhões de usuários do serviço celular, o grande responsável pela oferta de banda larga. Na telefonia fixa, a Angola Telecom é ainda uma estatal. Segundo o vice-ministro, a privatiZação é um caminho em estudo, mas não há nenhuma ação concreta neste caminho nos próximos meses. Assim como no Brasil, há um plano nacional para levar serviços, especialmente banda larga e telefonia, para todo o País.
“Exatamente por isso, acredito que uma mega-operadora de língua portuguesa faz sentido se ela se voltar para serviços e aplicações. Há necessidades de educação, saúde, segurança e inclusão digital. Elas fazem todo o sentido se forem construídas numa língua-mãe. Neste caso, o negócio poderia repercutir muito bem, principalmente na África, onde temos uma necessidade extrema de andar rápido. TIC é o caminho”, completou Teta, que participou da abertura do Encontro Rio-África em negócios de Tecnologia, realizado nesta quarta-feira, 22/08, durante a Rio Info 2007, evento que reúne executivos do setor de TI no Rio de Janeiro.
Fonte: Espaço RioInfo 2007 – Convergência Digital :: Ana Paula Lobo, do Rio de Janeiro
http://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=9291&sid=53
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