Quais as Melhores Opções de Desenvolvimento das TICs em Angola (Parte 3 de 6)

Quais as Melhores Opões de Desenvolvimento das TICs em Angola

Continuando a apresentar minhas ideias sobre o desenvolvimento da Soberania Tecnologia no nosso país, este artigo faz parte da minha visão entre os anos de 2016 e 2017 o qual gostaria de compartilhar consigo.

O Ponto principal desta ideia era a criação de uma empresa de capitais públicos para gerir o desenvolvimento de Novos Sistemas e administrar os Sistemas Chave de Governação Electrónica existentes.

Com isso, vamos fazer algumas Avaliações de Opções e seus cenários

Cenário 1: Empresa Pública | Vantagens e Desvantagens
Vantagens
  • Reforço do papel e da capacidade do Estado na gestão dos sistemas e da informação crítica
  • Criação de know-how técnico no Estado e capacitação dos quadros angolanos criando maior autonomia futura
  • Reforço da comunicação e criação de uma visão comum para a interligação dos sistemas chave de governação que promove a interoperabilidade
  • Maior garantia de independência tecnológica
  • Garantia da continuidade do negócio das empresas privadas na componente de desenvolvimento de software
  • Promoção da inovação pelo Estado
Desvantagens
  • Escassez de recursos técnicos capacitados, com experiência no sector privado e domínio das principais tecnologias pode limitar o calendário de implementação
  • Limitada cultura de gestão e orientação a resultados por parte das entidades do Estado pode limitar a eficiência e eficácia deste modelo
  • Dependência direita do Estado e resposta direita a objectivos políticos poderão ter uma lógica de curto prazo e prejudicar o desempenho desta entidade •A clarificação do papel desta entidade perante as outras entidades da Administração Pública é fundamental para evitar conflitos e disfuncionalidades

Cenário 2: Empresa Pública | Riscos e Factores Críticos de Sucesso
Riscos
  • Incapacidade de atrair e treinar os recursos com o perfil desejado em tempo útil, pode enfraquecer e inviabilizar esta entidade;
  • Gestão da nova empresa poderá passar a reger-se por princípios políticos e administrativos e por princípios financeiros e de eficiência operacional, criando uma entidade menos capaz de modernizar a máquina do Estado;
  • Se a nova entidade abarcar demasiados sistemas do Estado, pode matar o dinamismo do sector privado, pelo que é necessário delimitar bem as suas competências e atribuições;
  • Diferença de know-how técnico entre os colaboradores da nova empresa e os colaboradores das empresas externas de prestação de serviços pode manter a dependência do Estado, mas agora de forma centralizada;
  • Falta ou atrasos nos pagamento dos serviços prestados às demais entidades públicas podem limitar a capacidade desta nova entidade.
Factores Críticos de Sucesso
  • Equipa de Gestão Profissional e Competente composta por quadros de elevado perfil e com provas dadas;
  • Definição de objectivos concretos para a nova empresa e estabelecimento de ServiceLevelAgreements exigentes e tangíveis, com calendário;
  • Obrigatoriedade de autossuficiência da nova empresa e estabelecimento de preços de mercado para os serviços prestados a serem pagos pelos demais organismos da administração pública (preços reais ou de transferência);
  • Gestão do talento, com vista à retenção e formação de quadros especializados;
  • Envolvimento das empresas privadas atualmente com o desenvolvimento e gestão dos sistemas críticos do Estado por forma a não gerar roturas;
  • Estabelecimento de parcerias com os grandes players internacionais para garantir a absorção de conhecimento e inovação contínua.

O Ultimo  cenário em análise passa pelo reforço da situação actual, reforçando as competências das instituições existentes no âmbito da regulação, incluindo a aplicação das medidas transversais

Cenário 3: Reforço da Situação Actual

  1. Reforço das atribuições e competências das entidades públicas que actuam no sector das TI, nomeadamente o INFOSI ex CNTI , para que possam efectivamente zelar pela criação de uma visão comum para os Serviços Chave de Governação electrónica do Estado Angolano, bem como pelo cumprimento das normas de privacidade e segurança de informação e pelo cumprimentos dos contratos estabelecidos com prestadores de serviços privados;
  2. Recrutamento gradual de especialistas com experiência em arquitectura, gestão e desenvolvimento de sistemas de informação e capacitação dos técnicos existentes;
  3. Passagem de uma mensagem política clara que reforce o papel das instituições existentes e lhes permita posicionarem-se como entidades transversais para os assuntos relacionados com os Sistemas Chave de Governação Electrónica;
  4. Aplicação das medias transversais.

Este artigo é a terceira parte de um amplo estudo sobre o desenvolvimento das TICs em Angola. Quer se aprofundar mais?

Leia os artigos anteriores

Governação Electrónica – Uma Visão de Futuro (Parte 1 de 6)

Tendências e Casos Internacionais de Referência (Parte 2 de 6)

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