Como é do conhecimento geral a Educação por si só nunca foi garantia para obtenção dos melhores resultados do ponto de vista Económico para qualquer Pais. O simples facto de manter grandes contingentes da população na escola não implica necessariamente o progresso científico e Técnico e tão pouco económico. O mais importante em todo este processo é a qualidade do Ensino. Só o carácter qualitativo do Ensino é que é a verdadeira responsável por mudanças profundas nas estruturas de desenvolvimento dos países.
Educação com Desenvolvimento para o Empreendedorismo
Para os países em vias de desenvolvimento como é o caso de Angola para além dos investimentos em infra-estruturas escolares é necessário ter em conta também os factores culturais, familiares, contactos com amigos entre outros bem como as questões de nutrição e saúde que podem ser identificados para a realidade de Angola como factores influenciadores para a qualidade do Ensino.
Por outro lado também é necessário ter em conta que o nível educacional da população adulta de um pais é o resultado de décadas de investimento ininterrupto na educação, esperando-se por resultados de longo prazo e que por questões óbvias nem sempre foi possível Angola manter este ritmo de investimento necessário.
Educação Factor de Desenvolvimento Social
A Educação no sentido amplo foi e será sempre considerada um factor importante do desenvolvimento social e de certa forma um indicador em relação a qualidade de vida da população.
Neste contexto o Executivo de Angola tem canalizado os seus investimentos em dois sentidos, nomeadamente:
- Um relacionado diretamente a quantidade, aumentando o numero de vagas escolares em todos os níveis de ensino;
- Outro, um investimento voltado para a qualidade do ensino, focando para os aspectos da gestão da educação, processo organizacionais, melhoria das metodologias do ensino;
Temos consciência que a educação causa vários tipos de impactos no desenvolvimento económico e na sociedade em geral por esta possuir um carácter sistémico de um nível muito elevado e que se reflete diretamente no desenvolvimento e no surgimento de novas oportunidades causando um ciclo de progresso em todas as esferas.
Desta forma podemos afirmar que a Educação tem um papel muito importante na criação de condições para inovação tecnológica. A nossa pergunta é se este modelo se adapta a todos contextos, se é adaptável ao contexto Angolano com as suas particularidades ou é preciso inovar o próprio sistema Educacional convencional, introduzindo novos paradigmas como é o caso da educação para o Empreendedorismo.
Na nossa opinião para o caso de Angola, que vem de um longo período de conflito e que conquistou a sua Independência a sensivelmente 40 anos com altas taxas de analfabetismo e que ainda hoje se confronta com níveis altos de pobreza e desemprego no seio da juventude, pensamos nos ser necessário investir na Educação para o Empreendedorismo e assim introduzir-se o ensino Terciário, de forma a criar uma nova cultura, um novo ambiente produtivo, com autodisciplina, promovendo um conjunto de novas atitudes e cultura para se atingir as metas preconizadas.
É nossa convicção que o desenvolvimento do Ensino terciário inculcando uma nova filosofia nos estudantes, permitira que os jovens adquiram novas habilidades que normalmente o mercando de emprego necessita.
No caso concreto dos nossos países em desenvolvimento achamos ser irrelevante o atual modelo educacional da excessiva carga da educação teórica orientado para o emprego do “colarinho Banco”. Contudo a mudança do modelo educacional não é suficiente se não se criar um ambiente macroeconómico estável, saudável para o desenvolvimento Empresarial.
O modelo da Educação para o empreendedorismo pode encontrar também outro entrave identificado que se caracteriza pelo receio do falhanço e o medo de arriscar para a vida empresarial.
Para além destes factores de sucesso ou insucesso do empreendedorismo os Governos devem criar politicas que favoreçam o respectivo empreendedorismo para além da criação de infraestruturas capazes de alavancar a produtividade e o empreendedorismo.
Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável
A Educação para o empreendedorismo é um dos imperativos para um desenvolvimento sustentável de Angola. Contudo é necessário esclarecer que tipo de educação para o empreendedorismo necessitamos?
Para alguns investigadores, empreendedorismo é a atividade de iniciar uma empresa, identificar negocio, arriscar no sentido de fazer lucros através das habilidades educacionais adquiridas. Para outros definem-se como empreendedor todo individuo que tenha ideias inovadoras e que as transforme em atividades lucrativas.
Podemos concluir que pretendemos um Empreendedor caracterizado como sendo um processo de junção de ideias criativas e inovadoras acopladas com as habilidades organizacionais e de gestão capaz de juntar recursos humanos, financeiros e matérias para satisfazer e atingir o bem estar e as necessidades identificadas.
Ainda existe vozes que opinam no sentido de que o empreendedorismo e o processo de junção dos factores de produção, que inclui a Terra, mão de obra e capital no sentido de satisfazer e garantir produtos e serviços para o consumo da população.
A definição operacional do empreendedorismo e a vontade e habilidade da pessoa ou pessoas em adquirirem habilidades educacionais no sentido de explorarem as oportunidades de negócios, estabelecerem e gerir com sucesso os negócios da Empresa.
Empreendedor e uma pessoa que descobre novos mercados e formas de satisfazer estes mercados, é alguém que procura mudanças, responde as mudanças e explora as mudanças
Objectivos da Educação para o Empreendedorismo
A Educação para o empreendedorismo deve ser estruturado para se atingir os seguintes objectivos:
- Oferecer uma educação funcional para os jovens e que os torne capazes de auto-empregarem-se, e autossuficientes.
- Fornecer aos jovens graduados uma formação adequada que os permita serem criativos e inovadores identificando novas oportunidades de negócios.
- Para que os jovens empreendedores sejam catalisadores para o desenvolvimento e crescimento económico.
- Criar Instituições do ensino terciário de graduação com adequada formação em gestão de risco e viabilidade económica.
- Capaz de reduzir as taxas de pobreza.
- Geração de novos empregos
- Reduzir a migração populacional do rural para o meio urbano.
- Fornecer aos jovens graduados uma formação adequada que lhe permita estabelecer uma carreira no âmbito das pequenas e medias Empresas.
- Inculcar o espírito de perseverança nos jovens e adultos no sentido de serem persistentes nos negócios iniciados por eles.
- Criar uma transição suave de uma economia tradicional para uma economia moderna.
Desenvolvimento Susrtentável
O Conceito de desenvolvimento sustentável requer um equilibro Ambiental, social e Económico no sentido de se atingir as metas da qualidade de vida. Sustentabilidade inclui Equidade intergeracional. Equidade do género, uma sociedade justa e pacifica, uma sociedade tolerante, preservação e restauração do ambiente, redução da pobreza e conservação dos recursos naturais. As ferramentas essências para se atingir o desenvolvimento sustentável são:
- Aumento da qualidade do ensino de base;
- Atualização dos programas de ensino no sentido da abordagem do desenvolvimento sustentável;
- Desenvolver uma campanha de sensibilização pública e garantir uma formação neste domínio para os sectores públicos e privados;
Conclusões e Recomendações
Evidentemente que Angola está atrasada na preparação de sua força de trabalho para os desafios da economia global em rápida mutação. Conclui-se que o desenvolvimento sustentável e a melhoria da economia global depende de uma educação para o empreendedorismo forte. É neste sentido que são feitas as seguintes recomendações para uma educação focada para o empreendedorismo efetivo em Angola, África e outras nações: em vias de desenvolvimento.
- Governos e outras partes interessadas na educação devem certificar-se de que o programa educacional a todos os níveis de educação são relevantes para fornecer aos jovens e graduados as necessárias habilidades empreendedoras.
- É igualmente recomendado que os governos devem prestar a devida atenção ao desenvolvimento empresarial nos respectivos países incentivando a participação individual nos negócios, prosperando o empreendedorismo e, consequentemente, melhorar o crescimento econômico.
- É necessário também ter em conta os quatro pilares da aprendizagem ao longo da vida, nomeadamente:
- o aprender a conhecer:
- o aprender a fazer:
- o aprender a ser:
- o aprender a viver juntos.
- Estes quatro pilares embora pareçam extremamente simples na sua formulação, mais a sua aplicação não é assim tão trivial num mundo fragmentado onde as diferenças culturais, linguísticas e culturais alimentam a maioria dos conflitos.
- Recomenda-‐se que estes pilares da aprendizagem sejam combinadas com os pilares do desenvolvimento segundo o banco mundial, nomeadamente:
- Pessoal qualificado, educada e dotada do saber fazer pertinente;
- Instituições de pesquisa e Universidades com excelentes laboratórios;
- Redes de conhecimento entre empresas e centros de pesquisa;
- Infra-estruturas de Informação;
- Estes quatro pilares do desenvolvimento definem a nova sociedade cognitiva e do conhecimento que devera conciliar de forma harmoniosa os direitos e obrigações.
- Finalmente recordar que o direito a educação constitui um direito fundamental do ser humano e que também e um direito moral de cada cidadão.
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